sexta-feira, fevereiro 17, 2006

Salmon Rushdie - O Chão Que Ela Pisa (The Ground Beneath Her Feet)


Salmon Rushdie…. Talvez pouca gente tenha ouvido falar deste escritor nascido na Índia. A sua obra mais conhecida: Os Versículos Satânicos” (The Satanic Verses). De certeza que muitos já ouviram falar deste livro que causou muita polémica. Este livro causou muito tumulto entre os muçulmanos e Salmon Rushdie teve que ter protecção policial devido às inúmeras tentações de assassinato. Contudo, não é dos “Versículos Satânicos que eu quero falar (por acaso nunca li). O que eu li foi “O Chão que Ela Pisa” (The Ground Beneath Her Feet – também uma música dos U2 :-)).
Eis as frases escolhidas:

“Porque será que gostamos dos músicos? Qual será o poder da canção? Talvez provenha da própria estranheza do facto de haver música na Terra. (…) que tais coisas existam, (…) é um mistério da alquimia, tal como a matemática, o vinho ou o amor. Talvez nos sejamos criaturas que buscam uma elevação que não temos. As nossas vidas não são o que merecemos, são em muitos casos, dolorosamente deficientes. A música transforma-nos em qualquer coisa diferente. Mostra-nos o que nós próprios poderíamos ser, se fôssemos dignos desse mundo.”

“Mas é o amor que nós queremos e não a liberdade. Quem será então mais infeliz: o homem que é amado, a quem é dado o que mais deseja e por isso passa a vida temendo perdê-lo, ou o homem livre, com uma liberdade que não solicitou, nu e só, entre os exércitos de prisioneiros deste mundo?”

“O mundo não é cíclico, não é eterno nem imutável, mas está em constante transformação. Sobrevive, continua a viver, porque a terra pode parir maravilhas. Pode devorar-te o coração, mas as maravilhas não param de acontecer. Perante elas deves estar recolhido, de cabeça descoberta. Só se te pede atenção. As tuas canções são os teus planetas. Podes viver nelas, mas não te instalas nelas. O que escreves, perdes. O que cantas, é levado nas asas da canção. Canta contra a morte. Domina a cidade selvagem. A única liberdade é a liberdade de rejeitar. A liberdade de preservar é perigosa. A vida está noutro lugar. Atravessa as fronteiras. Voa para longe.”

“A aparência é a realidade. O mundo oculto é uma mentira”

“A razão e a imaginação, as duas luzes, não têm uma coexistência pacífica. São ambas luzes poderosas. Juntas ou separadas podem cegar-nos. Há gente que vê bem de noite.”

“O poder, tal como o amor, só revela a sua dimensão quando se perde irremediavelmente.”

“A felicidade, é humana, não divina e a busca de felicidade é aquilo a que podemos chamar amor. Este amor, o amor terreno, é uma trégua entre metamorfoses, um acordo temporário em não mudar de forma enquanto os amorosos se beijam ou dão as mãos. O amor é uma toalha de praia estendida sobre areias movediças. O amor é uma democracia íntima, um pacto que insiste em renovar-se e pode-se ser derrotado de um dia para o outro por mais elevada que seja a nossa maioria. É frágil, precária e é tudo o que podemos alcançar sem vendermos a alma a este ou aquele partido. É o que podemos ter, conservando-nos livres.”

“O amor é uma tentativa de impor ordem ao caos, sentido ao absurdo.”

“As canções afastam de nós a nossa dor.”

“O amor é harmonia. A harmonia é amor.”

“Festejamos a cultura do donut: é doce e sabe bem, mas tem um buraco no lugar do coração.”

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Paulo Coelho - Na Margem do Rio Piedra...


“Na margem do Rio Piedra eu sentei e chorei”

Um dos melhores livros que eu li até agora. Esta magnífica obra do escritor brasileiro Paulo Coelho conta-nos a história de duas pessoas que se apaixonam na sua adolescência mas separam-se. Onze anos depois o reencontro sucede, mas as coisas não são tão fáceis. Cada um tem a sua maneira de ser e vão aprender a apaixonar-se de novo.

Como habitual, seleccionei as melhores partes do livro.

“ (…) no Amor, não existem regras. Podemos tentar seguir manuais, controlar o coração, ter uma estratégia de comportamento – mas tudo isso é tolice. O coração decide, e o que ele decidir é o que vale. Todos nós já o experimentamos na vida. Todos nós, em algum momento, já dissemos entre lágrimas: «Estou a sofrer por um amor que não vale a pena». Sofremos porque achamos que damos mais do que recebemos. Sofremos porque o nosso amor não é reconhecido. Sofremos porque não conseguimos impor as nossas regras.
Sofremos à toa porque no amor está a semente do nosso crescimento. Quanto mais amamos, mais próximos estamos da experiência espiritual.”

“Eu sei que o amor e as represas são iguais: se se deixa uma brecha por onde um fio de água se possa meter, aos poucos ele vai rebentando as paredes e chega um momento em que ninguém consegue mais controlar a força da correnteza. Se as paredes desmoronam, o amor toma conta de tudo; já não interessa o que é possível ou o que é impossível, não interessa se podemos ou não manter a pessoa amada ao nosso lado – amar é perder o controlo.”

“O amor é sempre novo. Não importa que amemos uma, duas, dez vezes na vida – estamos sempre diante de uma situação que não conhecemos. O amor pode levar-nos ao inferno ou ao paraíso, mas leva-nos sempre a algum lugar. É preciso aceitá-lo, porque ele é o alimento da nossa existência.”

terça-feira, fevereiro 14, 2006


Hoje é dia dos namorados. Que novidade! :-) Nestes últimos dias, olhamos à nossa volta e só vemos coraçõezinhos vermelhos e rosas nas montras. Ligamos o rádio e não se fala noutra coisa. Eu até acho giro, mas isto é tudo um grande negócio. Apesar de ter dito que choro por tudo e por nada, hoje é um dos dias em que não me deixo ir abaixo. Penso pelo lado positivo: dinheiro que não gasto neste dia… Portanto, para quem, como eu, não tem combinado um jantarzinho à luz das velas no restaurante mais chique da cidade, aqui deixo algumas anotações para levantar o auto-astral…

Primeiro, comecemos por um poema. Achei isto fenomenal!


No cume daquela serra

No cume daquela serra
plantei uma roseira
o mato no cume cresce
a rosa no cume cheira.
Quando cai a chuva fria
salpicos no cume caiem
lagartos no cume entram
Abelhas no cume saem.
Mas se cai a chuva grossa
a água no cume desce
o orvalho no cume brilha
a floresta no cume cresce.
Depois que a chuva cessa
ao cume volta a alegria
pois torna a brilhar de novo
o sol que no cume ardia.
E à hora crepuscular
tudo no cume escurece
pirilampos do cume saem
estrelas no cume aparece.


Seguimos para uma história do conto de fadas. Toda a gente conhece a Cinderela, certo?
Pois o que se segue é uma maneira, digamos, moderna, de contar a história desta pobre moçoila às crianças…

“ Há bués da time havia uma garina cujo cota já tinha esticado o pernil e que vivia com a chunga da madrasta e as melgas das filhas dela. A Cinderela, Cindy pós amigos, parecia que vivia na prisa, sem tempo para sequer enviar uns mails. Com este desatino só lhe apetecia dar de frosques, porque a madrasta fazia-lhe bué da cenas. É então que a Cindy fica a saber da alta desbunda que ia acontecer: uma party! A gaja curtiu tótil a ideia, mas as outras chavalas cortaram-lhe as bases. Ela ficou completamente passadunte, mas depois de andar à toa durante um coche, apareceu-lhe uma fada baril que lhe abichou uma farda baita bacana e ela ficou a parecer uma gánda febra. Só que ela só se podia afiambrar da cena até ao bater das 12. A tipa mordeu o esquema e foi para a borga sempre a abrir. Ao entrar na party topou um mano cheio do papel, que era bom comó milho e que também a galou.
Aí, a Cindy passou-se dos carretos e desbundaram “ól naite long” até que, ao ouvir as 12 ela teve de se axantrar e bazou. O mitra ficou completamente abardinado quando ela deu de fuga e foi atrás dela, mas só encontrou pelo caminho o chanato da dama. No dia seguinte, com uma alta fezada, meteu-se nos calcantes e foi à procura de um chispe que entrasse no chanato. Como era um alto cromo, teve uma vaca descomunal e encontrou a maluca, para grande desatino das outras fatelas que tiveram um g’anda vaipe quando souberam que eles iam juntar os trapos. No fim, a garina e o chavalo curtiram e foram bueréré de felizes.”


É melhor actualizarem-se pra não passar por cotas, tas a ver??


O que vem a seguir são GAFFES de figuras públicas, jornalistas, médicos, etc.

“Finalmente, a água corrente foi instalada no cemitério, para satisfação dos habitantes”
– Presidente da Junta de Freguesia do Fundão


“Esta nova terapia traz esperanças a todos aqueles que morrem de cancro a cada ano”
– Dr. Alves Macedo, Oncologia


“Os sete artistas compõem um trio de talento”
– Manuela Moura Guedes


A polícia encontrou no esgoto um tronco que provém, seguramente, de um corpo cortado em pedaços. E tudo indica que este tronco faça parte das pernas encontradas na semana passada” – Agente Paulo Castro – Relações Públicas da PJ

“A vítima foi estrangulada a golpes de facão”
– Ângelo Bálsamo – Jornal do Incrível

“Um surdo-mudo foi morto por um mal entendido”
– António Sesimbra – O Independente

“Os nossos leitores nos desculparão por este erro indesculpável”
– Rui Lima – A Bola

“Ela contraiu a doença em vida”
– Dr. Joaquim Infante – Hospital Santa Maria

“Ferido no joelho, ele perdeu a cabeça”
– Crónicas do Diário da Beira

“A polícia e a justiça são as duas mãos do mesmo braço”
– Bento Ferreira Juiz

“O acidente fez um total de um morto e três desaparecidos. Teme-se que não haja vítimas”
– Juliana Faria – TV Globo

“O acidente foi no tristemente célebre Rectângulo das Bermudas”
– Paulo Aguiar – TV Globo

“Antes de apertar o pescoço da mulher até à morte, o velho reformado suicidou-se”
– João Cunha, testemunha de crime
No comments!!!!!

E, para terminar, as melhoras participações de seguros no ramo automóvel em 1998:
Atenção: os comentários que aparecem entre parêntesis, não são da minha autoria, já vinham incluídas no e-mail!

1. O falecido apareceu a correr e desapareceu debaixo do meu carro.
(das duas uma: ou era atleta ou mágico)

2. Para evitar bater de frente no contentor do lixo, atropelei um peão.
(o importante é que não acertou no contentor do lixo!)

3. O acidente aconteceu quando a porta direita de um carro apareceu de esquina sem fazer sinal.
(autêntico caso de Ficheiros Secretos)

4. A culpa do acidente não foi de ninguém, mas não teria acontecido se o outro condutor viesse com atenção.
(desde que a culpa não seja de ninguém)

5. Aprendi a conduzi sem direcção assistida. Quando girei o volante do meu carro novo, dei comigo na direcção oposta e fora de mão!
(a culpa aqui também não é de ninguém, mas se o tivessem ensinado a conduzir com direcção assistida isso não teria acontecido!)

6. O peão bateu-me e foi para debaixo do carro.
(malditos peões, só servem para destabilizar… só para chamarem a atenção. malditos arruaceiros…)

7. O peão não sabia para onde ia, então eu atropelei-o!
(ora lá está! Mais uma vez a desestabilizar! Mas assim ao menos ficou o caso resolvido. hospital com ele!)

8. Vi um velho enrolado, de cara triste, quando ele caiu do tejadilho do meu carro.
(It’s raining men… Aleluia!!)

9. Eu tinha a certeza que o velho não conseguia chegar ao outro lado da estrada, por isso atropelei-o.
(Ora aí está feita a boa acção do dia)

10. Fui cuspido para fora do carro, quando ele saiu da estrada. Mais tarde, fui encontrado numa vala por umas vacas perdidas.
(se as vacas estavam perdidas, ele foi achado ou perdido?)

11. Pensei que o meu vidro estava aberto, mas descobri que estava fechado quando pus a cabeça de fora.
(e assim que ele viu as vacas, estas ficaram achadas ou continuaram perdidas?)

12. Bati contra um carro parado que vinha em direcção contrária.
(aí está uma coisa perigosa! Esses são os piores.. todo o cuidado é pouco quando eles estão parados… sobretudo se vierem em direcção contrária)

13. Saí do estacionamento, olhei para a cara da minha sogra e caí pela ribanceira abaixo.
(nova campanha da DGV: “Se conduzir, não leve a sogra”)

14. O tipo andava aos ziguezagues de um lado para o outro da estrada. Tive que me desviar uma porção de vezes antes de o atropelar.
(mas o importante é que ele conseguiu! Há que ir sempre tentando e ter orgulho na pontaria!)

15. Já conduzia há 40 anos quando adormeci ao volante e sofri o acidente.
(é perfeitamente natural, então se o senhor conduz há tantos anos deve, com certeza, estar muito cansado!)

16. Um carro invisível veio não sei de onde, bateu no meu carro e desapareceu.
(mais um caso para Mulder e Scully… ou então para os Alcoólicos Anónimos)

17. O meu carro estava estacionado correctamente quando foi bater de traseira no outro carro.
(eu bem digo que os parados são os piores… eles andam aí…)

18. De regresso a casa, entrei com o meu carro na casa errada e bati numa árvore que não era minha)
(aqui não restam dúvidas… é caso para os Alcoólicos Anónimos)

19. A camioneta bateu de traseira no meu pára-brisas, em cheio na cabeça da minha mulher.
(e só não foi na cabeça da sogra graças à nova campanha da DGV senão…)

20. Disse à polícia que não me tinha magoado, mas quando tirei o chapéu percebi que tinha fracturado o crânio.
(estava agora a lembrar-me… pertenceria o tal tipo dos ziguezagues aos Alcoólicos Anónimos também??)
Demais!!!!!!

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

Nicholas Sparks - O Diário da Nossa Paixão (The Notebook)


Nicholas Sparks: um dos meus escritores favoritos

Excerto do livro "O Diário da Nossa Paixão":

"...deixamo-nos ficar sentados a observar o mundo à nossa volta. Levamos uma vida inteira a aprender a fazê-lo. Parece que só os velhos são capazes de se sentar lado a lado sem dizer nada e sentirem-se contentes na mesma.
Os jovens, impetuosos e impacientes, têm sempre de interromper o silêncio. É um desperdício, pois o silêncio é santo. Une as pessoas porque só os que se sentem à vontade uns com os outros é que conseguem estar sentados lado a lado sem falar. É este o grande paradoxo..."

Que que se pode dizer? Eu achei absolutamente lindo!

Enquanto arrumava uns papéis espalhados por aí, encontrei uma série de anotações feitas há ja uns tempos. Uma das passagens que tava escrito era do livro "Vai aonde te leva o coração" da Susana Tamaro:
"Sabes qual é um erro que cometemos sempre? Acreditar que a vida é imutável, que, mal escolhemos um carril, temos de o seguir até ao fim. Contudo, o destino tem muita mais imaginação do que nós. Precisamente quando se pensa que se está num beco sem saída, quando se atinge o caminho do desespero, com a velocidade de uma rajada de vento, tudo muda, tudo se transforma, e, de um momento para o outro, damos por nós a viver uma nova vida..."

O que se segue, não tenho a certeza de ser do mesmo livro desta escritora espectacular. Se eu estiver enganada, peço que alguém que tenha lido me informe do meu erro.

"... entre a nossa alma e o nosso corpo há muitas janelas; se estão abertas, deixam passar as emoções; se estão fechadas filtram-nas apenas. Só o amor as pode escancarar todas ao mesmo tempo e de repente, tal como uma rajada de vento..."

"... Na vida de cada Homem, só existe uma mulher com quem é possível conseguir a união perfeita e, na vida de cada mulher, só existe um homem com quem se pode sentir completa. Todavia, poucos, muito poucos acabavam por se encontrar. Os outros eram obrigados a viver num estado de insatisfação, de nostalgis completa..."

"... Só a dor faz crescer, mas a dor deve ser enfrentada cara a cara; quem foge ou se compadece de si próprio está destinado a perder..."

Quem sou

Porquê a realização deste blog? Passo a explicar:

Eu, por qualquer coisinha que seja, vem-me logo o raio da lagrimeta ao olho... É certinho: basta alguém me levantar a voz um pouquinho mais do que tou habituada e lá tá o raio da gota... Vejo um filme romântico, um filme dramático, em que alguém morre, ou um filme que não acaba bem.. e lá tá ela outra vez a espreitar!! É impressionante! Não é que eu seja mimada, mas eu sou mesmo assim! Que que se há-de fazer??

A mesma coisa acontece com os livros… Uma das minhas paixões. Quando leio, tenho sempre um pedaço de papel e uma caneta à minha beira, prontinha pra anotar as passagens que mais me agradam.

Foi por isto a ideia de criar este blog, de maneira a poder partilhar convosco os filmes, os livros e também as músicas que mais me tocam. Espero que partilhem comigo as vossas opiniões.